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A estratificação consiste no desdobramento do sistema de tal forma que os itens de controle, por exemplo, porcentagem de terra na Figura 7, sejam estudados em situações homogêneas. Dessa forma, toda a metodologia
aplicada para estabelecer parâmetros de controle é usada em
estratos uniformes, permitindo que as causas dos problemas sejam detectadas
com maior sensibilidade.
![]() Assim, definiram-se dois estratos; situações de homogeneidade relativa para estabelecer parâmetros de controle: Estrato A: solo arenoso seco = condição de baixa quantidade de terra aderida à cana-de-açúcar. Estrato B: solo
argiloso úmido = condição de alta quantidade de
terra aderida à cana-de-açúcar.
![]() ![]() No exemplo dado (Figuras 8 e 9), caminhões carregados com cana-de-açúcar industrializável foram monitorados quanto à quantidade de impurezas minerais (% terra) em sua carga. Os caminhões da Figura 8 transportavam cana-de-açúcar plantada em solo arenoso e colhida em condição de baixa umidade no solo, já os caminhões da Figura 9 transportavam cana-de-açúcar plantada em solo argiloso e colhida quando o solo apresentava alta umidade. As Figuras 8 e 9 diferem significativamente no limite superior de controle, indicando que existe uma influência de estratos. O estrato A (solo arenoso e seco) apresenta um limite superior de controle de 5,1 enquanto que no estrato B (solo argiloso úmido) o limite superior é de 8,1. Se a estratificação não tivesse sido considerada, ou seja, se as canas provenientes dos dois tipos de solos tivessem sido avaliadas juntas, os limites de controle seriam os apresentados na Tabela 1, para análise conjunta dos dados.
Na análise conjunta, o limite superior de controle (6,6) estabelece um critério excessivamente permissivo para as condições do estrato A e excessivamente rigoroso para as condições do estrato B, incorrendo num erro técnico. Esse erro técnico pode ter consequências graves, já que os gráficos de controle podem servir como base para se adotar um critério de bonificações e punições, por parte dos industriais, em função da qualidade da matéria-prima, no caso a cana-de-açúcar que é levada para a indústria. Um erro desse gênero já impediu entendimento entre industriais e fornecedores de cana-de-açúcar na Austrália (The South Johnstone Cane and Sugar Quality Improvement Committee, 1980). No setor sucroalcooleiro, o desentendimento entre industriais e fornecedores prejudica ambos e a sociedade, já que a não implementação desse programa de melhoria da qualidade induz a perda de competitividade que, no contexto de economia globalizada, implica em perda de mercado por aumento de custos ou diminuição do nível de qualidade do produto final. Os gráficos de controle (Figuras 8 e 9) mostram que os caminhões 4 (estrato A) e 6 (estrato B) estão fora de controle, excedendo o limite superior de controle. Com esses dados objetivos podemos então estudar as causas do aumento na quantidade de terra desses dois carregamentos de cana-de-açúcar, possivelmente falta de treinamento ou cuidado do operador que poderia ser treinado novamente ou advertido. Em contraposição existem alguns caminhões abaixo do limite inferior de controle; os operadores desses caminhões poderiam ser bonificados e ajudar no treinamento de seus colegas. Será apresentado um
programa SAS para elaborar gráficos de controle com box-plot como
os gráficos das Figuras 8 e 9. Concretamente mostraremos o
programa e os dados usados para elaborar a Figura 8. Deve-se contar com
o Módulo Quality Control (SAS Institute Inc., 1996b).
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Por: Andrés E. L. Reyes (SIESALQ-ESALQ/USP) e Silvana R. Vicino (DME-ESALQ/USP) |